Dermatite Atópica: Tudo o que você precisa saber

O que é a dermatite atópica?

A dermatite atópica, também conhecida como eczema atópico, é uma doença da pele comum em crianças, caracterizada por pele seca, áspera, avermelhada e com coceira.

Apesar de não ter cura, ou seja, consideramos ser uma doença crônica existem diversos tratamentos e medidas que podem ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das crianças e seus familiares.

O interessante também da doença é que ela evolui sempre com períodos de melhora e piora, ou seja, os sintomas não são constantes e oscilam ao longo do tempo.  

Uma curiosidade interessante é que a dermatite atópica é a doença crônica inflamatória da pele mais comum. Tão comum que existem trabalhos mostrando que a dermatite atópica pode acometer de 10-30% das nossas crianças.

As primeiras manifestações da dermatite atópica começam ainda no bebê. Comumente próximo aos 2 primeiros meses de vida.

Sabemos que 60% das crianças terão o diagnóstico de dermatite atópica ainda no primeiro ano de vida e 90% terão o seu diagnóstico nos primeiros 5 anos.

Apesar de ser mais comum em crianças, adolescentes, adultos e idosos também podem apresentar a doença.

Área comum de acometimento na dermatite atópica
Área comum de acometimento na dermatite atópica

Quem é o médico que atende dermatite atópica?

O médico especializado em tratar dermatite atópica é o dermatologista. Os dermatologistas são especialistas em doenças da pele, cabelos e unhas e estão capacitados para diagnosticar e tratar a dermatite atópica, que é uma condição inflamatória crônica da pele.

A Dra Laura Serpa é dermatologista pediátrica há mais de 10 anos. Sempre se espelhou em referências nacionais e internacionais para alcançar o nível de conhecimento que tem hoje.

Fez a residência médica em dermatologia na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e passou a integrar a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Foi convidada a ser preceptora do ambulatório de dermatologia pediátrica da UERJ e exerceu essa função por 2 anos.

Realizou fellow em um renomado hospital de dermatologia pediátrica da Austrália, adquirindo experiência no que há de melhor na sua área.

Fez mestrado em saúde da criança e do adolescente na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Atualmente é preceptora de dermatologia pediátrica do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie e Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná.

Como preceptora na especialidade de dermatologia pediátrica, a Dra Laura Serpa compartilha sua experiência e conhecimento com médicos residentes, capacitando a próxima geração de profissionais de saúde.

Sua dedicação ao ensino permite que os residentes recebam uma formação abrangente e de alta qualidade, promovendo a excelência no cuidado dermatológico infantil em todo o país.

O profissional que atende dermatologia pediátrica precisa ter uma especialização nessa área e estar muito envolvido com esse conhecimento tão único.

Antes de marcar consulta com qualquer profissional procure o seu currículo, pesquise o seu nome no Conselho Federal de Medicina e nas sociedades que regulamentam cada área de atuação.

No caso de ser dermatologista o nome do profissional deve constar no site da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Deixo aqui o link do meu currículo:

 http://lattes.cnpq.br/0728769672134015

E o site da Sociedade Brasileira de Dermatologia:

http://www.sbd.org.br

Especialista em dermatite atópica
Especialista em dermatite atópica

Por que meu filho tem dermatite atópica?

A dermatite atópica resulta de uma combinação de fatores genéticos e ambientais.

A história familiar e pessoal da criança já nos indica que aquela criança possui tendências alérgicas.

Muitas vezes os pais, irmãos ou a própria criança apresentam condições consideradas atópicas, como a rinite alérgica, a asma e a própria dermatite atópica.

Outro ponto muito importante é a barreira cutânea. A nossa pele funciona como um manto protetor impedindo que agentes externos penetrem nessa pele e desencadeiem uma resposta imunológica do nosso corpo.

As crianças com dermatite atópica possuem alterações na estrutura e nos componentes desse manto protetor. A figura abaixo tenta exemplificar o que acontece na pele dessas crianças.

Os alérgenos conseguem penetrar nessa pele que tem o seu manto alterado. A entrada desses alérgenos causa uma resposta inflamatória e imunológica que resulta no aspecto que observamos ao avaliar os pacientes: pele avermelhada, áspera, com muita coceira e feridas.

Fisiopatologia da dermatite atópica
A pele da criança com dermatite atópica permite a entrada de alérgenos.

Existem também outros fatores que contribuem para a dermatite atópica. Essas crianças costumam ter uma bactéria chamada Staphylococcus aureus presente nessa pele com muito mais frequência do que as pessoas sem a doença.

E essa bactéria contribui tanto para as infecções tão comuns nas crianças com dermatite atópica, mas também para mais agressões a nossa barreira cutânea.

Fatores ambientais certamente possuem um papel na causa da doença. Sabemos que a doença é muito mais comum nos meios urbanos do que rurais.

Provavelmente a exposição dessa pele aos poluentes (fumaça, cigarro e etc) contribuem para prejudicar ainda mais a barreira da pele dessas crianças.

Por último, os pacientes com dermatite atópica tendem a ter uma resposta imunológica muito exuberante do tipo inflamação tipo 2. Essa inflamação contribui para todo o processo clínico que vemos nos nossos pacientes.

Vejam na figura abaixo como o processo é complexo e envolve todos os pontos discutidos aqui.

Causas da dermatite atópica
Causas da dermatite atópica

É superimportante que os pais entendam a complexidade de todo o processo envolvido na causa da dermatite atópica.

Entendendo os fatores envolvidos conseguimos compreender melhor o porquê da necessidade do hidratante diário por exemplo.

Não conseguimos consertar essa alteração genética no manto hidrolipídico, mas podemos fazer um manto artificial para ajudar a pele dos nossos filhos a se isolar da entrada desses alérgenos.

Conseguimos fazer isso com o uso do hidratante diário e protegendo a pele de mais produtos irritativos, como sabonetes inadequados, perfumes entre outros.

Vejam também que a doença é complexa e por isso precisamos entender as particularidades de cada paciente para propor um tratamento.

Não é uma doença simples, exige de toda família muitos cuidados com a pele dessas crianças.

Hidratantes são importantes aliados do tratamento da dermatite atópica
Hidratantes são importantes aliados do tratamento da dermatite atópica.

Quais os sintomas da dermatite atópica?

A dermatite atópica apresenta uma variedade de sintomas que podem variar em intensidade e localização ao longo do tempo.

Os principais sintomas incluem:

  1. Coceira intensa (prurido): A coceira é o sintoma mais comum e frequentemente o mais incômodo. Pode ser especialmente grave à noite. Não é incomum os pais relatarem que a criança acorda com os lençóis com sange.
  2. Erupções cutâneas: As erupções variam em aparência e localização dependendo da idade do paciente:
  3. Bebês: Geralmente aparecem no rosto (especialmente nas bochechas), couro cabeludo, nas extremidades e no tronco. As erupções podem ser vermelhas, ásperas e, ocasionalmente, exsudar líquido
  4. Crianças: As erupções tendem a aparecer nas dobras dos cotovelos e joelhos, pescoço, pulsos, tornozelos e a área ao redor dos olhos e boca. São também avermelhadas, ásperas e é comum notarmos sinais de arranhões devido a coceira.
  5. Adolescentes e adultos: As áreas afetadas incluem frequentemente dobras dos cotovelos e joelhos, mãos, pés, pescoço e o rosto. A pele pode ficar mais seca e espessa (liquenificação).
  6. Pele seca: A pele geralmente está seca, sensível e facilmente irritável.
  7. Liquenificação: Coçar com frequência a pele pode levar ao espessamento e endurecimento da pele.
  8. Infecções secundárias: Coçar excessivamente pode levar a fissuras na pele, aumentando o risco de infecções bacterianas ou virais.

Devido a esses sintomas frequentes nesses pacientes começam a surgir prejuízos para toda família.

A coceira incessante incomoda toda a família. A criança que não dorme também não deixa os pais dormirem e todos terão dificuldades em exercer as suas atividades diárias, sejam frequentar a escola ou trabalhar.

O impacto psicológico é enorme pela falta de sono, pela aparência da pele e pelo desconforto constante. Isso pode levar a problemas emocionais e sociais, como ansiedade, depressão e isolamento social.

Se seu filho apresente esse quadro é muito importante procurar um dermatologista pediátrico para um diagnóstico adequado e um plano de tratamento

Dermatite atópica em um bebê
Dermatite atópica em um bebê

Quais os fatores que podem desencadear ou piorar a dermatite atópica?

Considero esse um ponto muito importante. Gosto de explicar com detalhes para os pais.

Vejam que vimos as causas da dermatite atópica e dentre essas causas temos como fator muito importante a barreira cutânea que está alterada por fatores genético, associado a disfunção imunológica e colonização da pele pelo S. aureus.

Ou seja, é por esses fatores que a criança apresenta a doença. No entanto, existem algumas condições que podem ser um gatilho para uma crise da doença.

Percebam que não são as causas, mas funcionam como faíscas para fazer o incêndio começar.

Os 5 gatilhos mais importantes da dermatite atópica são:

  1. Suor: o suor é um precipitante importante de crise por ser muito irritativo para essa pele sensível do atópico. Sempre explico para os pais não hiperaquecerem a criança, ou seja, acharem que está frio e colocar muitas roupas colocarem a mãozinha por dentro da camisa da criança e caso esteja suando não hesite em tirar uma camada de roupa. Cuidado com a hora do soninho. Sempre achamos que nossos filhos vão sentir frio à noite. As crianças atópicas não toleram o calor e tendem a dormir pior caso suem à noite.
  2. Tecidos ásperos: não use tecidos ásperos e corte as etiquetas de todas as roupas. Evite lã e tecidos sintéticos que são causas comuns de crise.
  3. Fatores climáticos: ambientes secos e frios costumam piorar a pele da criança atópica que se torna ainda mais seca e suscetível a irritações. Ambientes muito quentes também podem precipitar crise pelo suor. Esses fatores são individuais. Cada criança responde de um jeito. Tenho pacientes que pioram muito no inverno e outros pioram muito no verão. De forma geral dizemos que os extremos tanto de calor e de frio podem ser um problema para as crianças com dermatite atópica.
  4. Ansiedade e estresse: crianças ansiosas e estressadas tem uma percepção maior da coceira e por isso tendem a se manipular e arranhar mais. O ato de coçar com frequência leva a machucados e facilita a infecção dessa pele por bactérias. Sempre explico que uma criança que está se divertindo e feliz tende a esquecer mais daquela coceira na pele, do que a criança que está estressada, entediada e triste.
  5. Agentes irritativos: Lembrem que essa pele já possui alterações genéticas que prejudicam a barreira cutânea, se colocarmos mais agentes irritativos vamos piorá-la ainda mais. Por isso sempre orientamos sobre sabonetes e cremes hidratantes adequados. Também pedimos cautela em usar qualquer produto sobre a pele que não seja conhecido e orientado por um dermatologista.
Dermatite atópica no bebê
Uma das áreas mais acometidas no bebê

Como é o diagnóstico da dermatite atópica? Preciso fazer exames?

O diagnóstico de dermatite atópica é clínico na maioria dos casos. A história do paciente somada com o exame físico permite que o dermatologista faça o diagnóstico.

Existem critérios clínicos bem definidos para que possamos concluir o diagnóstico. São descritos abaixo:

Critérios maiores:

  1. Coceira persistente
  2. Padrão e localização típicos das lesões
  3. História crônica ou recorrente
  4. História pessoal ou familiar de atopia

Critérios menores:

Os critérios menores são diversos e incluem: xerose cutânea, dermatite das mãos e pés, infecções recorrentes da pele, início precoce entre outros.

Raramente, precisamos realizar biópsia da pele para excluir diagnósticos diferenciais, como a psoríase.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para o manejo eficaz da dermatite atópica e para melhorar a qualidade de vida do paciente

Dermatite atópica na criança
As dobras são frequentemente acometidas

Tratamento da dermatite atópica

O objetivo do tratamento é controlar os sintomas, tornando as crises cada vez mais espaçadas e menos intensas.

Com o tratamento adequado conseguimos melhorar muito a qualidade de vida das crianças e de seus pais.

É muito importante entendermos que existem degraus a serem subidos no tratamento da dermatite atópica e que a maioria dos pacientes vão controlar o quadro com o uso das medicações locais e evitando os fatores precipitantes de crise.

Outros pacientes irão precisar de medicações injetáveis ou orais para conseguirem o controle da doença.

Dentre as opões de tratamento seguem as mais importantes:

  • Hidratantes: devem ser usados diariamente para manter a pele hidratada em todos os pacientes, os que tem quadros leves ou graves.
  • Cremes corticoides: reduzem a inflamação e a coceira. Devem ser usados conforme orientação médica. Os corticoides são excelentes e seguros para serem usados, mas precisam da orientação de um dermatologista.
  • Imunomoduladores tópicos: podem ser usados também para reduzir a inflamação, mas são muito importantes para as áreas que não podemos usar o corticoide por longos períodos.
  • Antibióticos e antivirais: podem ser usados para tratar as infecções de pele
  • Imunossupressores: para os pacientes com quadros moderados a graves. Precisam de um acompanhamento mais regular devido aos efeitos adversos.
  • Dupilumabe: o primeiro imunobiológico liberado para o uso em dermatite atópica moderada a grave. É superseguro e eficaz.

8 dicas de cuidados no dia a dia para controlar a dermatite atópica

  • Mantenha a pele hidratada: Use um hidratante sem perfume e hipoalergênico várias vezes ao dia, especialmente após o banho.
  • Dê banhos mornos e curtos: Use sabonete sem perfume e hipoalergênico. Evite água quente e banhos longos, pois podem ressecar a pele.
  • Seque a pele suavemente: Após o banho, seque a pele com uma toalha macia, pressionando-a suavemente. Não esfregue.
  • Vista roupas de algodão: Evite roupas de lã ou sintéticas, que podem irritar a pele.
  • Corte as unhas da criança: Unhas compridas podem arranhar a pele e piorar a coceira.
  • Identifique e evite gatilhos: Observe o que piora os sintomas da criança e tente evitar esses gatilhos.
  • Controle o estresse: O estresse pode piorar os sintomas da dermatite atópica. Ajude a criança a relaxar com atividades como leitura, banho ou música.
  • Converse com o seu dermatologista: É importante conversar com o seu dermatologista pediátrico sobre o tratamento e os cuidados com a pele. Siga as orientações médicas para controlar os sintomas da dermatite atópica e melhorar a qualidade de vida da criança.
Área típica da dermatite atópica
Vermelhidão e coceira são comuns na dermatite atópica

Lembre-se!

  • A dermatite atópica é uma doença crônica, mas com tratamento e cuidados adequados, a criança pode ter uma vida normal e saudável.
  • É importante conversar com o dermatologista da criança para obter orientação sobre o melhor tratamento e cuidados com a pele.
  • Você não está sozinho! Existem muitos recursos disponíveis

Especialista em dermatite atópica em Curitiba

Se você ou alguém que você conhece está enfrentando os sintomas da dermatite atópica, não espere mais.

Marque uma consulta com uma dermatologista especializada, como a Dra. Laura Serpa para obter orientação personalizada e tratamento adequado.

A dermatite atópica é uma condição de pele comum, mas pode ser desconfortável e impactar a qualidade de vida.

Não ignore os sinais, como coceira intensa, vermelhidão e pele seca. A Dra Laura Serpa pode ajudar você a aliviar os sintomas e fornecer estratégias para gerenciar a condição a longo prazo.

Lembre-se: sua saúde é importante. Não hesite em agendar sua consulta conosco e dar o primeiro passo em direção a uma pele mais saudável e confortável.

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Dermatologista especialista em dermatite atópica
Dra Laura Serpa especialista em dermatite atópica

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